a Olimpíada no Rio
(Foto: Michael Sohn/AP Photo)
A Polícia Civil do Rio concluiu nesta quinta-feira (25) o inquérito com indiciamento do nadador americano, Ryan Lochte, por falsa comunicação de crime, afirmou ao G1 o delegado Clemente Braune, da delegacia de Atendimento Especial ao Turista (Deat).
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público e ao Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos.De acordo com Braune, Lotche foi formalmente indiciado e o próximo passo deverá ser o encaminhamento de uma carta rogatória ao nadador nos Estados Unidos.
Segundo o delegado, não há um prazo para a carta chegar até o nadador. Se ele não voltar ao Brasil, será julgado à revelia, ou seja, sem chance de se defender. As penas previstas são de um a seis meses de detenção ou pagamento de multa para encerrar o processo.
Lochte pode ainda ser processado por dano ao patrimônio. O dono do posto de gasolina, na Barra da Tijuca, onde o nadador danificou a placa de publicidade vai prestar depoimento na Delegacia do Turista. A data ainda não está confirmada, informou o delegado.
Na semana passada, o nadador James Feigen prestou depoimento e pediu desculpas pelo falso relato de assalto narrado por ele e outros integrantes da equipe olímpica de natação dos Estados Unidos.
Ele foi indiciado por falsa comunicação de crime e no Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos fez acordo para pagar uma multa de R$ 35 mil que devem ser doados ao Instituto Reação, ONG que funciona na Rocinha, na Zona Sul do Rio.
O depoimento de Feigen
O acordo de Feigen foi selado após negociação em uma audiência que durou quatro horas. O nadador saiu do Juizado às 3h30 já desta sexta-feira (19) e sem falar com os jornalistas.
No depoimento, Feigen afirmou que soube das declarações de Ryan Lochte à mídia internacional e as considerou inverídicas. Ele disse não saber por que Lochte deu a versão do assalto.
Feigen disse ainda que, no posto de combustível, viu Lochte puxando um painel publicitário afixado em uma parede e que não sabe o motivo que levou o companheiro a tomar tal atitude.
Depoimentos de Bentz e Conger
Em seu depoimento, Gunnar Bentz disse que ele, Feigen e Conger temeram que Lochte promovesse confusão ainda maior no posto.
Segundo consta no Termo de Declaração assinado por Bentz, ao qual o G1 teve acesso, o nadador relatou que, ao parar no posto para urinar, Lochte quebrou a placa publicitária que estava pregada na parede, o que provocou muito barulho. Bentz afirmou aos policiais que, depois do ocorrido, ele e os demais nadadores decidiram sair do posto, temendo que Lochte danificasse outras coisas.
Bentz declarou que os atletas foram impedidos de deixar o local por homens armados que não falavam inglês e que apresentaram algum tipo de distintivo. Ele contou ainda que pediu a Ryan Lochte que se acalmasse após o colega discutir com os homens.
Ainda de acordo com Bentz, a aproximação de um outro homem que falava inglês permitiu que a situação fosse esclarecida. O nadador disse que entregou, sem que lhe fosse exigido, US$ 20 que tinha no bolso. Feigen teria dado ao menos uma nota de R$ 50.
Conger também afirmou em seu depoimento que foi Lochte quem quebrou a placa publicitária no posto. Ele disse ainda ficou sabendo apenas pela imprensa que o colega mentiu ao dar entrevista relatando o falso assalto.